terça-feira, 29 de abril de 2014

Depressão da Jornalista

Difícil dizer que hoje me vejo no futuro. Claro que vejo um futuro para mim mas não aquele qual gostaria ou imaginava que seria. Sinto que todo meu esforço se vai quando tenho pensamentos, não de desistência, mas sim alternativos.

Recentemente ouvi uma conversa de duas mulheres falando sobre suas vidas profissionais. Uma é jornalista formada (como eu) e na batalha há anos. A outra trabalha no administrativo, não sei se é formada... também não vem ao caso. O fato é que elas discutiam a posição de seus parceiros com relação a elas no mercado de trabalho. A jornalista diz que seu marido fala sempre para que largue o trabalho pois não precisa (deduzo que ele tenha o suficiente para os dois) e que ela ganha pouco. A outra, que não trabalhava há algum tempo, diz que voltou a trabalhar porque assim os homens respeitam mais as mulheres. 

Minha cabeça entrou em modo de alerta na hora! Com assim? Mulher só é respeitada porque trabalha na rua? Os homens têm que dizer o que as mulheres têm que fazer? Acredito que muitos pensem assim mas felizmente não tenho esse exemplo em casa. 

Meu pai sempre me ensinou a batalhar pelas minhas coisas, ser independente. Me formei em Jornalismo, algo que eu queria, e hoje felizmente trabalho na área. Não ganho tanto quanto trabalho mas o começo é assim. Enfim, é realmente desanimador. E esses dois comentários me trouxeram dois pensamentos: ou eu sou errada em levar todos os ensinamentos de casa, para ser forte e ter o que é meu por mérito ou elas são as erradas por fazerem as coisas baseadas nos outros.

É claro que o amanhã me assombra, me dá medo e me entristece. Hoje sei que o amanhã vai ser difícil mas mesmo assim prefiro levar para a vida o que aprendi: batalhar, ser e não querer só ter. Se for pra ter, que seja uma pessoa que me acompanhe, acrescente e incentive, debata, me faça refletir. Desculpe a todas as submissas, mas eu acho que não nasci pra ser assim...

Um comentário:

  1. Maju, seu texto, mais uma vez, está interessantíssimo. O tema é importante.

    É preciso separar algumas coisas para que a gente não cometa injustiça.

    No caso da jornalista formada, às vezes não se trata de submissão. A mulher trabalha muito e ganha pouco e o marido pode apenas ter oferecido a ajuda que ele podia oferecer, que seria bancar ela.

    Na segunda, não é submissão submissão, com toda certeza. É burrice mesmo.

    Te dou um conselho: mantém a sua garra, lute muito por cada palmo dos seus sonhos. Nesse mundo, não existe certo ou errado, submisso ou autêntico. O que existe é gente vivendo aquilo que elas foram ensinadas a viverem.

    Grande beijo e continua o seus texto aqui no blog!

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